sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cara Estranho


"Olha só, que cara estranho que chegou(..)
Tropeça a cada quarteirão
Não mede a força que já tem(..)
Talhando feito um artesão
A imagem de um rapaz de bem!
É a solução de quem não quer
Perder aquilo que já tem
E fecha a mão pro que há de vir."


"Também foram trazidas para o grupo três músicas - Cotidiano, Valsinha e Cara Estranho. Essas músicas se referiam a temas como: homens e o que se reprovava ou esperava neles"

A uma mês tenho estudado incansávelmente sobre violência doméstica (especialmente contra mulher), primeiro o interesse foi por um seminário da faculdade, depois aquilo foi me instigando tanto que quase não me contenho em não falar disso. (É imporante frizar que neste post não pontuo questões profundas sobre os agressores, considerando que estes muitas vezes sofreram algum tipo de violência, e a repetem como forma de impor educação). Se com os dados a seguir vocês também se chocarem: graças a Deus! Talvez um de nós ainda faça diferença nesse mundo:


O "básico" desse tema é que faz tempo que agressão não é só física; esses atos absurdos de violação de direitos, que acontecem no próprio lar, podem ser ainda psicológico/moral ou sexual. Isso me trás questionamentos incansáveis: Pesquisas revelam que a maioria das mulheres já agredidas perguntadas sobre seu conceito de violência responderam relacionando atos feitos por desconhecidos, mortes, ou espancamento grave; nunca identificando o que já sofreram como violência. Desde quando ameaçar, culpar, intimidar e humilhar não é violência? A maioria dessas mulheres carrega a vida toda um fardo insuportável.

"Pode-se assim concluir que não existem limites nessas atitudes inadmissíveis, e isso não se justifica pela natureza do homem, não é genético, e tais comportamentos evidenciam mais do que essência masculina." (Trecho do trabalho)


É, li alguns textos dizendo que normalmente estes agressores fazem um discurso de "defesa" ou dizem ter "perdido a cabeça" , e ainda pesquisas revelam registro de machismo, justificando suas atitudes pelo instinto agressido dos homens, e o descontrole que sentem quando supõe isso. Eles dizem que elas sabem porque apanham e isso já é um ponto positivo, que se não bater/agredir não tem como ser respeitado. E eu garanto pra vocês que essa é uma realidade muito comum. O pior, é que mais do que uma correção, a agressão é a forma encontrata de impor uma postura submissa; Segue abaixo fotos de uma campanha feita em Belém do Pará, que visa engajar homens no "fim da violência contra a mulher":


"eu não preciso dessa fita, sou violento com minha mulher"




Se não deu pra perceber, isso me indigna muito! Como mulher, como futura psicóloga, como ser humano e como cristã! Acreditem ou não esses homens estão nas escolas, no seu trabalho, dentro das suas casas, ou até na igreja. E nem adianta negar, esse trabalho também me possibilitou reconhecer essa nova vertente. Convenhamos, se não pela Graça de Deus, estariamos perdidos. É nojento, é sujo, é vergonhoso; Homens que poderiam desfrutar de sua força, de sua garra, sua capacidade , seu potencial para oferecer proteção à família, às pessoas que ama: indo na contramão! Que vergonha! Que vergonha! Se essa realidade não muda, estamos condenados à morte! Sim, porque viver num mundo assim, criar nossos filhos e netos nessa perdição é no mínimo desesperador.

Vão desculpando os posts tão dramáticos, mas não vejo nem como mudar a forma de me posicionar diante disso, me inquieta querer fazer a diferença, e mais ainda quando penso ser tão difícil. Se você é homem e está lendo isto: desperte sua força interna! O gigante sedento de justiça, capaz de lutar sem ferir! Certamente o seu reconhecimento vai ser muito maior, do que dos outros homens que tufam o peito pra se orgulhar de seus músculos! E se você, como eu, é uma mulher: chega de se achar indefesa! não somos feitas de porcelana! Diante de Deus temos qualidades infinitas, e responsabilidades também! Maquiar a ferida não é dignidade, nós não precisamos disso.

"A violência doméstica para alguns é reconhecida como normal, pedir ajuda apenas quando os casos são mais visivelmente de difícil solução é muito comum, a violência dentro do lar é praticamente vista como um destino que se deve suportar sem queixa alguma, já que se diz melhor que a união da família prevaleça intacta com a não declaração diante das autoridades do que sofreu" (Trecho do Trabalho)


Aos que leram esse post: muito obrigada :)


Nathalia Lobo

3 comentários:

  1. Que legal esse trabalho, foi de que matéria amiga? Gostei muito desse teu post. E realmente o trabalho deve ter sido muito bom..!

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  2. Parabéns pelo trabalho, muito bom Nathy.

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  3. Qualidade literária eu já disse que tu tens, mas o principal ponto que considero importante frisar é a importância do assunto. A meu ver faltam psicólogos que saibam de fato se posicionar diante dessas questões mais críticas, e se bobear isso pode fazer uma diferença gigante - cá entre nós, tô achando que vai... >D.
    Os homens de fato tem perdido o rumo, e não só nesse aspecto. Há muito tenho estudado a perda da essência do masculina - e isso se atrela totalmente ao teu texto -, desde o meu curso em Gramado, em especial nas aulas do Werner Haeuser (psicólogo especializado em aconselhamento. Tu tinha que conhecer, mana! :P).
    Continua assim (e não tô escrevendo isso pra bonito)! Tá ninja! B]
    Abraço, grande mana! o/

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