Hey macacada, recebam as novas: a duas semanas atrás eu recebi uma proposta de emprego, numa loja muito conceituada de belém, aceitei, fui na primeira entrevista soando frio, me arrumei dois dias antes, meu cabelo e maquiagem estavam impecáveis, cheguei lá e imaginei uma gorda negona, atrás de uma mesa que eu nem alcançaria (o que não é difícil) .. mas não, falei com uma senhora loira de olhos azuis e nossa conversa durou 30 segundos. Voltei alguns dias depois pra mais uma entrevista e fui "contradada" para um treinamento. No primeiro dia estudei uma revista de moda, de início eu ri de mim mesma, mas depois vi que não custava me dedicar, no terceiro ouvi a chefona dizer coisas do tipo "tu não serves pra nada, o que tu estás fazendo aqui?" pra uma secretária e nesse momento recebi dela a ordem pra fazer tudo que essa secretária deveria mas não fazia direito (surtei, claro), e ontem, no quarto dia .. foi a minha vez de passar vergonha, quando eu disse pra chefona que não sabia o nome de uma marca de roupas, ela surtou (quase fiquei em dúvida se o problema era eu ou ela). Bom, no meio de toda essa emoção tive uma conversa com uma amiga, falando sobre como as coisas mudam de repente na nossa vida, sem que dê tempo pra programar, pausar ou acelerar. e aí ela brincou, é parece que tá tudo "de repente 30". Agora a gente tem que usar maquiagem pra ficar apresentável, não pode ir de havaiana pra faculdade, tem que ser simpático mesmo quando não quer, paga nossas próprias contas, precisa andar de salto alto e ainda entender sobre moda! óh céus! Não seria muito melhor se as coisas pedissem permissão pra gente antes de acontecer?

-Você se acha preparada pra fazer 18 anos?

-Você acha que consegue apresentar um trabalho valendo pontuação no mesmo horário da cirurgia do seu irmão?

-Seus pés suportariam andar de salto alto todo dia mesmo que a sua chefa nem note que isso te mata?

-Você prefere tropeçar nessa pedra hoje ou semana que vem?

-Você morreria (ou quase..) se precisasse pegar 8 ônibus num só dia?

     Olha só que beleza! Tudo bem, eu concordo que não teria emoção nenhuma a vida, e sem adrenalina não dá! Mas por uns dias, até que seria divertido. Fica aqui minha indignação pela reviravolta que nossa vida toma de vez em quando, e o meu protesto pela volta dos dias improdutivos, quando assistir Caverna do Dragão já nos deixava suficientemente felizes.

            

               Desejando voltar aos 13,

                            Nathy Lobo.